Quando uma criança é diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma das principais dúvidas das famílias é: “Existem medicamentos que podem ajudar?” Nesse processo, muitas famílias ouvem falar sobre a relação entre risperidona e autismo.
A risperidona é amplamente prescrita para controlar sintomas como agressividade e irritabilidade em pessoas com TEA, mas como exatamente esse medicamento funciona?
O Que é a Risperidona?
A risperidona é um antipsicótico atípico que atua no sistema nervoso central, regulando neurotransmissores como serotonina e dopamina, os quais influenciam diretamente o humor, comportamento e percepção.
Inicialmente desenvolvida para tratar esquizofrenia e transtorno bipolar, a risperidona passou a ser indicada também para tratar comportamentos desafiadores em pessoas com autismo, como agressividade e autoagressão.
De acordo com o Dr. José Salomão Schwartzman, neuropediatra especialista em autismo, “A utilização da risperidona em crianças com autismo não é obrigatória. Nem todas vão precisar, mas quando precisam, é importante que esse benefício seja considerado.”
Risperidona e Autismo: Qual a Relação?
Entenderemos a relação da risperidona e autismo.
Agora que entendemos o que é a risperidona, vamos explorar a relação entre risperidona e autismo.
No tratamento de pessoas com TEA, a risperidona é usada principalmente para controlar comportamentos desafiadores como agressividade, crises de irritabilidade e autoagressão.
Esse medicamento pode ajudar a acalmar esses episódios, facilitando a participação em atividades sociais e terapias.
Embora seja recomendada para casos mais graves, a risperidona no autismo não é obrigatória para todas as crianças. O medicamento deve ser considerado apenas quando os comportamentos agressivos ou desafiadores afetam significativamente a qualidade de vida da criança e sua família.
Muitas famílias se perguntam sobre risperidona e autismo ao buscar formas de ajudar seus filhos a lidar com essas questões.
Agora que sabemos um pouco mais sobre a relação da risperidona e autismo, saberemos quando usar.
Quem Deve Decidir Sobre o Uso da Risperidona?
A decisão de usar ou não a risperidona no tratamento de uma pessoa com TEA é tomada pelo médico responsável, em conjunto com a família.
De acordo com o Dr. Salomão, o papel do médico é fornecer todas as informações necessárias para que a família possa tomar uma decisão informada sobre o uso do medicamento.
Ele reforça: “Meu papel é de dar a eles todas as informações conhecidas para que a decisão seja deles, mas baseada em conhecimento.”
Muitos pais têm receios sobre o uso de medicamentos, mas o mais importante é fazer uma escolha consciente e bem fundamentada, considerando os benefícios e riscos.
Quais São os Efeitos Colaterais da Risperidona?
É essencial que as famílias conheçam os possíveis efeitos colaterais da risperidona no autismo. Entre os mais comuns estão:
- Ganho de peso substancial;
- Aumento do apetite;
- Sedação;
- Alterações metabólicas e hormonais.
Por isso, é necessário realizar exames frequentes para monitorar esses efeitos, ajustando o tratamento conforme necessário.
Dr. Salomão explica que a dose deve ser iniciada de forma gradual: “Sempre começamos com uma dose mínima e observamos o comportamento, ajustando conforme a necessidade para alcançar o efeito clínico desejado sem os efeitos colaterais indesejáveis.”
Por Quanto Tempo a Risperidona Deve Ser Usada?
De acordo com o Dr. Salomão, não existe um tempo fixo para o uso da risperidona no autismo. Ele afirma:
“O tempo de uso depende da resposta da criança e da necessidade de controlar comportamentos agressivos ou disruptivos.” Em alguns casos, o medicamento pode ser utilizado por alguns meses, enquanto em outros, pode ser necessário por um período mais longo.
Existe Medicamento Para Autismo?
Uma dúvida comum das famílias é se existe um medicamento específico para tratar o autismo. A resposta é não, pois o autismo não é uma doença, mas uma condição de neurodesenvolvimento.
Assim, os medicamentos como a risperidona são prescritos para tratar comorbidades associadas ao TEA, como a agressividade e a irritabilidade, e não o autismo em si.
Por isso, a risperidona e autismo estão conectados apenas no sentido de tratar esses comportamentos desafiadores, mas o tratamento para o TEA deve incluir uma abordagem multidisciplinar, envolvendo terapias comportamentais, educacionais e ocupacionais, com foco no desenvolvimento das habilidades sociais e cognitivas da criança.
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