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Pode Ocorrer no Autismo a Discalculia?

Pode Ocorrer no Autismo a Discalculia?

Entenda a relação entre discalculia e autismo e descubra como oferecer suporte adequado para superar as dificuldades com números.
Discalculia
Discalculia

Quando se fala em autismo, muitas vezes a gente pensa em dificuldades de comunicação, comportamento repetitivo, mas o que nem sempre vem à mente é que algumas pessoas com autismo também podem ter problemas com números.

A famosa discalculia, que, simplificando, é a dificuldade de aprender matemática, pode aparecer em pessoas dentro do espectro. Será que essas duas condições podem andar juntas? E mais importante: como lidar com isso?

Neste blog, vamos entender melhor o que é discalculia, como ela pode estar relacionada ao autismo e como oferecer o suporte certo para quem enfrenta essas dificuldades.

O Que é Discalculia?

Discalculia, em termos bem simples, é quando a pessoa tem uma dificuldade significativa em entender números e fazer cálculos matemáticos. Mas não é aquela “preguiça” que muita gente sente quando vê uma conta mais complicada, sabe?

É uma questão neurológica que afeta diretamente a capacidade de aprender conceitos matemáticos.

A pessoa pode ter uma inteligência normal ou até acima da média, mas, quando o assunto é matemática, a coisa fica complicada.

Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Dificuldade para aprender a contar.
  • Identificar números.
  • Entender quantidades.
  • Realizar operações matemáticas básicas, como adição e subtração.

A discalculia pode se manifestar de várias formas, e as dificuldades podem ser bem diferentes de uma pessoa para outra.

Tipos de Discalculia

Agora que já entendemos o que é discalculia, vamos falar sobre os diferentes tipos. Sim, existem “variações” desse transtorno, e cada um afeta a pessoa de uma forma específica.

Vamos dar uma olhada:

Discalculia Verbal

Essa aqui é para quem tem problemas na hora de entender as palavras e conceitos usados na matemática.

Sabe aquelas palavrinhas que aparecem nos problemas de matemática, tipo “mais”, “menos”, “vezes”, “dividido por”?

Pois é, quem tem discalculia verbal pode não entender muito bem o que elas significam, o que já começa a complicar na hora de resolver qualquer equação.

Discalculia Prática

Aqui o bicho pega na hora de fazer as contas. A pessoa pode até entender os números e conceitos, mas, quando precisa colocar a mão na massa, a coisa complica.

Fazer operações básicas como multiplicar e dividir, ou até seguir a ordem certa dos passos para resolver um problema, é um grande desafio.

Discalculia Lógica

Esse tipo de discalculia envolve dificuldades em entender conceitos abstratos e fazer conexões lógicas entre os números.

Quem tem essa condição pode achar difícil reconhecer padrões numéricos ou entender relações de causa e efeito nos problemas matemáticos. Em resumo, a matemática parece uma confusão completa.

Como Identificar a Discalculia?

Detectar a discalculia pode não ser tão fácil assim, já que muita gente pode simplesmente achar que não gosta de matemática e, por isso, tem dificuldade. Mas, quando a coisa realmente afeta a vida da pessoa, tanto na escola quanto no dia a dia, aí é preciso ficar atento.

Alguns sinais de discalculia incluem:

  • Dificuldades em entender e manipular números.
  • Problemas para realizar cálculos básicos.
  • Dificuldade em memorizar tabuadas.
  • Confusão com símbolos e sinais matemáticos.
  • Dificuldade em estimar tamanhos, distâncias ou quantidades.

Se esses sinais persistirem e causarem problemas no desempenho escolar ou na vida cotidiana, pode ser uma boa ideia buscar uma avaliação com um especialista.

Discalculia e Autismo: Existe Relação?

Agora, o ponto que interessa: como a discalculia se relaciona com o autismo?

Embora o autismo e a discalculia sejam condições diferentes, estudos mostram que pessoas com autismo podem ter uma chance maior de apresentar dificuldades com números.

Isso acontece porque, muitas vezes, as características neurológicas do autismo podem impactar o processamento de informações numéricas.

Pessoas com autismo podem ter problemas para lidar com conceitos abstratos, como os que envolvem números e cálculos.

Além disso, dificuldades na comunicação social e na compreensão de enunciados podem tornar a matemática ainda mais desafiadora.

Por isso, é importante prestar atenção se esses desafios estão presentes em crianças e adultos com autismo.

Desafios no Aprendizado de Matemática

Tanto o autismo quanto a discalculia trazem desafios específicos para o aprendizado de matemática.

Além da dificuldade em entender os números, pessoas com autismo podem ter problemas com a organização e a compreensão de questões que envolvem lógica e abstração, como é o caso de muitos problemas matemáticos.

Esses desafios não só impactam o desempenho escolar, mas podem gerar frustração, ansiedade e até afetar a autoestima.

A sensação de não conseguir acompanhar a turma e entender os conteúdos pode ser devastadora, tanto para a pessoa quanto para a família.

Como Ajudar Alguém Com Discalculia e Autismo?

O primeiro passo é entender que existem formas de oferecer suporte a quem enfrenta essas dificuldades.

Um dos pontos principais é adaptar o ensino às necessidades da pessoa. Vamos ver como isso pode ser feito:

Abordagens Personalizadas

Não dá para tratar todo mundo igual, né? Para pessoas com discalculia e autismo, isso é ainda mais verdade.

Cada pessoa é única e, por isso, precisa de uma abordagem individualizada. Isso significa adaptar o ensino de matemática às necessidades específicas de cada um, com recursos visuais, atividades práticas e paciência.

Apoio de Especialistas

Profissionais como psicopedagogos e especialistas em educação especial podem ajudar nesse processo.

Eles sabem como trabalhar com crianças e adultos que têm dificuldade de aprendizagem e podem criar estratégias para facilitar o entendimento dos conceitos matemáticos.

Uso de Tecnologia

Hoje em dia, existem muitos aplicativos e ferramentas que podem ajudar a ensinar matemática de forma mais lúdica e visual.

Isso pode ser uma mão na roda para pessoas com discalculia, especialmente quando o ensino tradicional não funciona muito bem.

Suporte Emocional

Além do apoio acadêmico, oferecer suporte emocional é essencial. A frustração de não conseguir aprender algo que parece fácil para os outros pode ser enorme.

Ter uma rede de apoio que compreenda as dificuldades e ofereça incentivo faz toda a diferença.

Embora autismo e discalculia sejam condições distintas, elas podem coexistir e trazer desafios significativos para o aprendizado de matemática.

Com a abordagem certa e o apoio adequado, é possível ajudar pessoas com essas dificuldades a desenvolver suas habilidades matemáticas e a superar os obstáculos.

Todo mundo tem seu jeito único de aprender, e o mais importante é que ninguém fique para trás.

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Valdemir Alexandre

NEUROPSICÓLOGO - CRP 06/12.562.0

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