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Como a Intimidade é Afetada no Contexto de Autismo e Sexualidade?

Como a Intimidade é Afetada no Contexto de Autismo e Sexualidade?

Autismo e sexualidade: descubra como o autismo afeta a intimidade, comunicação e educação sexual. Dicas para relacionamentos saudáveis.
Autismo e sexualidade
Autismo e sexualidade

Autismo e sexualidade são temas que muitas vezes geram dúvidas e curiosidades.

O autismo não afeta diretamente o desenvolvimento sexual, mas pode influenciar a forma como a sexualidade e a intimidade são vivenciadas devido às diferenças na comunicação, percepção sensorial e interação social.

Qualquer relacionamento pode enfrentar desafios relacionados ao sexo e à intimidade, e pessoas neurodiversas podem encontrar dificuldades específicas que tornam o assunto mais sensível.

O autismo afeta o interesse, comportamento e intimidade sexual?

Autismo e sexualidade são assuntos que andam lado a lado. Ser autista não significa falta de interesse em sexo.

Na verdade, a maioria das pessoas no espectro autista deseja ter relacionamentos românticos e sexuais.

Autistas têm a mesma variedade de experiências e comportamentos sexuais que as pessoas não autistas (alísticas). No entanto, a maneira como a sexualidade emerge em um relacionamento pode ser influenciada pelo autismo.

Leia também –→ Habilidades sociais: o autismo pode afetá-las?

Autismo e sexualidade: hipersexualidade

Sintomas centrais do autismo, como hipossensibilidade e hipersensibilidade, bem como comportamentos repetitivos, podem influenciar os comportamentos sexuais.

Uma revisão de 2017 indicou que pessoas autistas podem ter fantasias hipersexuais e parafílicas com mais frequência do que pessoas alísticas.

Autismo e sexualidade: experiências sexuais limitadas ou negativas

As experiências passadas de uma pessoa com o sexo podem influenciar sua atitude em relação a ele.

Um estudo exploratório de 2021 descobriu que, embora houvesse mais semelhanças do que diferenças na forma como pessoas autistas e alísticas abordam os relacionamentos românticos, as pessoas autistas no estudo tinham experiências sexuais menos variadas, e cerca de metade das mulheres relataram experiências negativas com o sexo.

Os participantes autistas também relataram sentir que tinham conhecimento limitado sobre sexualidade e dificuldade em entender a educação sexual que receberam.

Autismo e sexualidade: barreiras educacionais

Um estudo de 2021 concluiu que o autismo pode dificultar a compreensão da educação sexual padrão, conforme ensinada nos currículos atuais.

As salas de aula podem não acomodar estilos de aprendizagem diversos, criando barreiras significativas para a educação sexual em pessoas com autismo.

Para alguns indivíduos autistas, navegar pela sexualidade e relacionamentos pode ser confuso ou avassalador.

Relatos frequentemente indicam que adolescentes autistas sentem ter conhecimento limitado sobre sexo em comparação com seus pares não autistas, provavelmente devido à falta de informação adequada.

A importância da educação sexual no autismo

Embora muitos programas educacionais e acomodações existam para apoiar estudantes neurodiversos com tarefas cognitivas e seus estilos de aprendizagem, essas classes geralmente se concentram na funcionalidade geral e habilidades acadêmicas.

A educação sexual é frequentemente deixada em um nível básico, e jovens autistas em programas de aprendizagem alternativa podem não participar das aulas de educação sexual padrão.

No entanto, a educação sexual é tão importante para jovens autistas quanto para qualquer outro jovem.

É crucial para a saúde sexual dos adolescentes e jovens adultos autistas, já que o conhecimento sexual é muitas vezes mais limitado para esses indivíduos, especialmente durante a adolescência ou os primeiros anos da vida adulta.

Adolescentes e jovens adultos autistas frequentemente recebem menos orientação, apoio e educação sexual do que seus pares neurotípicos devido a barreiras como o capacitismo, suposições, estigmatização e exclusão.

Dicas para navegar em relacionamentos sexuais com autismo

Autismo e sexualidade são áreas que não precisam ser vistas como incompatíveis.

O autismo não precisa impedir que você desfrute de intimidade sexual ou tenha experiências sexuais positivas.

Aprenda sobre seu parceiro

Leslie Sickels, LCSW, uma terapeuta de casais neurodiversos de Nova York, recomenda aprender sobre seu parceiro, seja ele neurodiverso ou neurotípico.

Isso pode incluir:

  • Comunicação aberta
  • Autoeducação
  • Parceria com especialistas médicos

“Uma vez que o casal consiga entender como as diferenças na forma como o cérebro funciona estão impactando o relacionamento, eles podem começar a restabelecer a confiança”, diz ela.

Aborde as questões de forma prática

Alguns obstáculos em relação ao autismo e ao sexo podem estar relacionados à habilidade física.

A Dra. Julie Landry, psicóloga clínica certificada de San Antonio, Texas, recomenda discutir, como casal, soluções práticas para esses desafios. “Considere questões de coordenação motora e se algum planejamento deliberado, levando essas questões em consideração, seria útil”, sugere ela.

Entenda o consentimento

Nem todos se comunicam da mesma maneira. Em um relacionamento neurodiverso, sinais sociais podem parecer uma coisa, mas significar outra. Compreender os sinais de consentimento do seu parceiro é importante para manter a confiança e a intimidade.

“Comunique-se explicitamente com seu parceiro para diminuir a má interpretação relacionada aos sinais sociais; isso provavelmente é mais fácil de fazer quando não estão no calor do momento”, sugere Landry.

Autismo e sexualidade: regras de ouro para todos

Se você é autista ou não, Landry diz que todos podem se beneficiar das seguintes diretrizes:

  • Saiba e aceite que sua sexualidade não é a mesma de todo mundo
  • Abrace seus desejos e preferências
  • Passe tempo conhecendo seu corpo e o que você gosta
  • Entenda o consentimento
  • Comunique-se com seu parceiro antes, durante e depois da atividade sexual

Autismo e sexualidade são temas complexos, mas é importante lembrar que o autismo não afeta o desenvolvimento sexual ou a capacidade de experimentar sexo.

Embora pareça haver uma ligação entre autismo e disforia de gênero, a natureza exata dessa relação ainda não está clara. Comunicação aberta, educação e resolução prática de problemas podem ajudar seu relacionamento neurodiverso a prosperar.

Entender como autismo e sexualidade interagem é fundamental para promover uma vida íntima saudável e satisfatória para pessoas autistas e seus parceiros.

Ao abordar autismo e sexualidade com sensibilidade e compreensão, podemos construir relacionamentos mais fortes e gratificantes.

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Valdemir Alexandre

NEUROPSICÓLOGO - CRP 06/12.562.0

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