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Tudo o que Você Precisa Saber Sobre Autismo e Empatia

Tudo o que Você Precisa Saber Sobre Autismo e Empatia

Autismo e empatia: como diferenças de comunicação influenciam a percepção de empatia em pessoas autistas.
autismo e empatia
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A relação entre autismo e empatia é frequentemente mal compreendida.

Um dos maiores equívocos sobre pessoas autistas é que elas não têm empatia. Existe alguma verdade nessa crença?

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição de desenvolvimento caracterizada por diferenças sociais, de comunicação e comportamentais.

Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que a prevalência de TEA no Brasil é de aproximadamente 1 para cada 59 crianças.

O transtorno autista, o transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação (PDD-NOS) e a síndrome de Asperger eram, anteriormente, distúrbios diagnosticados separadamente.

Agora, eles se enquadram no diagnóstico de TEA no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (5ª ed.).

Ainda assim, algumas pessoas autistas preferem se identificar como autistas ou como tendo síndrome de Asperger.

Leia nosso blog para entender mais –→ Sintomas de síndrome de Asperger e seus sinais.

Uma das características do TEA são as dificuldades na comunicação social.

Isso pode se manifestar como desafios para se relacionar com os outros, pouco interesse por outras pessoas e dificuldades com a linguagem receptiva e expressiva.

Mas esses desafios significam que uma pessoa autista não pode ser empática?

Explorar o autismo e empatia pode ajudar a desmistificar esses equívocos.

Vamos melhor sobre o autismo e empatia!

Por que algumas pessoas acham que pessoas autistas não conseguem sentir empatia?

A pesquisa sobre autismo e empatia evoluiu ao longo dos anos. Inicialmente, pensava-se que a ausência de empatia era uma característica encontrada em todas as pessoas autistas.

No entanto, agora sabemos que esse traço existe em um espectro nas pessoas com TEA, assim como ocorre em indivíduos neurotípicos.

Pessoas autistas pensam de maneira diferente, o que pode ser uma de suas muitas forças.

No entanto, por causa disso, algumas de suas interações sociais e comportamentos são frequentemente mal compreendidos.

Isso pode fazer com que algumas pessoas percebam seus métodos de interação e comportamentos como falta de empatia.

Por exemplo, uma pessoa autista pode parecer alheia quando outros estão passando por sofrimento emocional ou responder de maneira inadequada em uma situação social.

Para uma pessoa que não é autista, esses comportamentos podem parecer frios ou duros, levando a acreditar que as pessoas autistas não são empáticas.

O que os educadores dizem sobre autismo e empatia?

Segundo Eric Mikoleit, diretor da Lakeland STAR School/Academy, uma escola charter em Minocqua, Wisconsin, que se especializa em educar estudantes autistas e diversos aprendizes, “barreiras de comunicação social, interesses restritos e atenção aos detalhes” são algumas das razões pelas quais pessoas autistas podem ter dificuldades em expressar empatia.

No entanto, Eric Mikoleit afirma que as pessoas autistas têm empatia, embora os “níveis de empatia variem significativamente entre os indivíduos.”

Pessoas autistas frequentemente precisam de instrução direta para identificar os estados emocionais dos outros e aprender a rotular seus próprios sentimentos.

Eric Mikoleit diz que essas habilidades podem ser aprimoradas em estudantes autistas através de modelagem, ensinando-os a reconhecer e rotular as emoções dos outros e as ações que devem tomar em resposta a essas emoções.

Eric Mikoleit menciona que existem planos de currículo especificamente projetados para ajudar no ensino dessas habilidades e para melhorar a compreensão sobre autismo e empatia.

A empatia no autismo pode ser uma “via de mão dupla”

Outra razão pela qual as pessoas podem achar que indivíduos autistas não têm empatia é devido a um descompasso na comunicação entre pessoas autistas e neurotípicas.

Pesquisas sugerem que quando duas pessoas autistas interagem, elas têm o mesmo nível de conexão que duas pessoas neurotípicas.

No entanto, quando uma pessoa autista interage com uma pessoa não autista, há uma tendência para a má comunicação.

Além disso, outras pesquisas sugerem que reconhecer expressões faciais emocionais pode ser um desafio para alguém com TEA.

E como pessoas com TEA podem não exibir muitas expressões faciais, pode ser difícil para pessoas neurotípicas lerem seu estado emocional.

Isso pode fazer com que a pessoa neurotípica pense que a pessoa autista não tem empatia.

Na realidade, a pessoa neurotípica também carece de uma compreensão empática da perspectiva da pessoa autista.

Essa teoria do problema da dupla empatia destaca a necessidade de maior compreensão e aceitação do autismo.

Também indica a necessidade de mais compreensão sobre como uma pessoa autista pensa e sente.

A relação entre autismo e empatia é complexa e requer um esforço conjunto para melhorar a comunicação entre diferentes formas de percepção e expressão emocional.

Os níveis de empatia variam entre todas as pessoas, incluindo aquelas com TEA.

Para a maioria, as diferenças nos padrões de pensamento, comunicação social e comportamentos associados ao TEA podem levar alguns a acreditar erroneamente que uma pessoa autista carece de empatia.

A relação entre autismo e empatia é complexa e frequentemente mal compreendida.

Ajudar alguém com TEA a reconhecer o estado emocional dos outros por meio de instrução direta pode melhorar sua empatia.

Pessoas neurotípicas também podem aprender como indivíduos autistas pensam, sentem e se comunicam.

Compreender o autismo e empatia dessa forma pode ajudar a reduzir o descompasso na comunicação e promover a aceitação e compreensão que as pessoas autistas merecem.

Lembre-se: você não está só!

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Valdemir Alexandre

NEUROPSICÓLOGO - CRP 06/12.562.0

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