A apraxia da fala (AFI) é um distúrbio neurológico que afeta a capacidade de planejar e coordenar os movimentos necessários para a fala.

Embora a pessoa saiba o que deseja comunicar, o cérebro não consegue enviar os comandos corretos para os músculos envolvidos, resultando em dificuldades na formação de palavras, sílabas e sons.

Esse transtorno afeta principalmente crianças e, muitas vezes, é confundido com outras condições, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma vez que ambos impactam a comunicação.

Por isso, é crucial compreender as diferenças entre apraxia da fala e autismo para garantir um diagnóstico preciso e o tratamento adequado.

O Que é a Apraxia da Fala?

A apraxia da fala interfere na capacidade de mover a língua, lábios e mandíbula de maneira coordenada para formar palavras e frases.

Isso não significa que a pessoa não saiba o que quer dizer, mas sim que os músculos da fala não recebem as instruções corretas do cérebro para articular os sons.

Existem duas formas de manifestação da apraxia da fala:

• Apraxia adquirida: surge em qualquer idade, geralmente após lesões cerebrais, e faz com que a pessoa perca a capacidade de falar normalmente.
• Apraxia de desenvolvimento: presente desde o nascimento, afeta a capacidade de formar sons e palavras durante o desenvolvimento da criança.

Apraxia da Fala e Autismo: Como Diferenciar?

Apesar de muitas crianças com autismo também apresentarem dificuldades de comunicação, é importante diferenciar os dois transtornos.

Em crianças com apraxia da fala, o problema reside na capacidade de realizar os movimentos necessários para articular palavras, enquanto no TEA, as barreiras de comunicação podem estar mais associadas à interação social e à dificuldade em compreender a linguagem verbal e não verbal.

Estudos indicam que até 64% das crianças com TEA também podem apresentar apraxia da fala como comorbidade, o que torna o diagnóstico diferencial essencial para aplicar a melhor abordagem terapêutica.

Quais São os Sintomas da Apraxia da Fala?

Os sinais de apraxia da fala variam em intensidade de uma pessoa para outra, mas alguns dos sintomas mais comuns incluem:

• Dificuldade em mover a língua ou os lábios de maneira coordenada;
• Pronúncia incorreta de sons e palavras;
• Discurso limitado ou pausado;
• Fala atrasada ou de difícil compreensão;
• Distorção ou substituição de sons.

Cada criança pode manifestar a apraxia da fala de formas diferentes, por isso é fundamental buscar um diagnóstico por parte de profissionais especializados para definir o melhor caminho terapêutico.

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Tratamento da Apraxia da Fala: Quais São as Opções?

O tratamento da apraxia da fala envolve principalmente a terapia fonoaudiológica, adaptada de acordo com o grau de dificuldade de cada criança.

O fonoaudiólogo é o profissional responsável por criar exercícios focados em melhorar a coordenação dos movimentos da fala, ajudando a criança a repetir sons, sílabas e palavras até que se tornem mais claras.

Em muitos casos, o tratamento também inclui uma abordagem multidisciplinar, com a participação de neurologistas, terapeutas ocupacionais e psicólogos, especialmente quando a apraxia da fala é diagnosticada em conjunto com o TEA.

Isso garante que a criança receba suporte em várias áreas de seu desenvolvimento.

Dicas e Estratégias para Apoiar Crianças com Apraxia da Fala

Além das terapias, as famílias podem ajudar a estimular a comunicação da criança em casa e na escola, com algumas práticas simples:

• Reforçar a confiança: criar um ambiente acolhedor e seguro para a criança se sentir confiante em suas tentativas de comunicação.
• Praticar em casa: seguir as orientações do fonoaudiólogo e incorporar exercícios de fala no dia a dia.
• Usar pistas visuais: expressões faciais e gestos podem ajudar a criança a entender melhor como articular palavras.
• Repetições e paciência: encorajar a criança a repetir palavras ou frases, sem pressioná-la, elogiando suas tentativas de se comunicar.

Apesar de a apraxia da fala comprometer a capacidade de comunicação verbal, é importante lembrar que ela não interfere no entendimento da criança.

Portanto, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maior a chance de a criança progredir no desenvolvimento de sua fala.