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O Que Devo Fazer em Caso de Autolesão em Crianças com Autismo?

O Que Devo Fazer em Caso de Autolesão em Crianças com Autismo?

Compreender a autolesão em crianças com autismo é essencial para promover segurança e bem-estar.
Autolesão
Autolesão

Lidar com a autolesão em crianças com autismo pode ser uma experiência muito desafiadora para famílias e cuidadores.

Ver a criança machucando a si mesma é angustiante, mas entender o porquê e saber como agir pode ajudar muito na hora de lidar com esses comportamentos.

O Que São Comportamentos de Autolesão?

A autolesão acontece quando a criança machuca intencionalmente a si mesma. Isso pode incluir comportamentos como bater a cabeça, morder o próprio corpo, arrancar cabelos ou se arranhar.

Esses comportamentos podem ter várias motivações, como:

  • Expressão emocional: a criança pode estar tentando expressar algo que não consegue colocar em palavras;
  • Alívio emocional: machucar-se pode ser uma forma de lidar com o estresse ou desconforto;
  • Controle: a criança pode buscar um senso de controle sobre uma situação;
  • Comunicação: pode ser um jeito de dizer que está precisando de ajuda ou que algo está errado;
  • Regulação sensorial: em alguns casos, o comportamento pode ser uma maneira de buscar sensações físicas que a acalmam;
  • Autopunição: a criança pode sentir que merece ser punida por algo;
  • Distúrbios psicológicos: como ansiedade, depressão, ou até transtorno de personalidade borderline, que podem desencadear esses comportamentos.

Essas motivações são complexas, e cada criança pode ter uma razão diferente para se machucar.

O importante é buscar ajuda profissional para entender o que está acontecendo.

Veja nosso blog sobre –→ O que é Transtorno Opositivo Desafiador (TOD)?

Autolesão em Crianças com Autismo

Quando crianças com autismo apresentam comportamentos de autolesão, esses atos podem variar. Algumas das formas mais comuns incluem:

  • Bater a cabeça em superfícies duras;
  • Dar tapas ou socos no próprio rosto;
  • Arrancar ou puxar o cabelo;
  • Morder-se;
  • Arranhar-se.

A primeira coisa a ser feita é garantir a segurança da criança, criando um ambiente seguro para minimizar o risco de ferimentos.

Depois, é fundamental entender que, muitas vezes, esses comportamentos são uma forma de comunicação.

A criança pode estar tentando expressar desconforto, estresse ou necessidade de algo.

Estratégias Para Lidar com a Autolesão

Aqui estão algumas formas de auxiliar a criança a lidar com a autolesão:

  • Identifique os gatilhos: tente perceber o que desencadeia o comportamento. Perguntas como “O que aconteceu logo antes da autolesão?” ou “Ela estava tentando evitar algo?” podem ajudar a entender o que está motivando o comportamento.
  • Ofereça alternativas seguras: se a criança se morde, por exemplo, ofereça um mordedor como substituto. Isso ajuda a redirecionar a necessidade de autolesão para uma alternativa menos prejudicial.
  • Crie um ambiente calmo: garantir um ambiente tranquilo pode ajudar a reduzir os episódios de autolesão. Evitar estímulos excessivos e organizar rotinas podem auxiliar a criança a se sentir mais segura.
  • Busque ajuda profissional: é importante trabalhar com uma equipe multidisciplinar, incluindo terapeutas ocupacionais, psicólogos e médicos especializados. Cada criança com autismo é única, e o que funciona para uma pode não funcionar para outra.

Como Agir no Momento da Autolesão?

Quando a autolesão acontece, o ideal é manter a calma e agir de forma segura:

  • Intervenha suavemente: se a criança estiver, por exemplo, mordendo o braço, afaste-o com cuidado da boca e ofereça algo seguro para substituir esse comportamento, como um mordedor;
  • Não repreenda a criança: evite dar ordens ou broncas durante um episódio de autolesão, pois isso pode aumentar o estresse e não resolver o problema.

Lidar com comportamentos de autolesão em crianças com autismo exige paciência, compreensão e, acima de tudo, a busca por soluções seguras.

Com a ajuda de uma equipe especializada e estratégias adequadas, é possível reduzir esses comportamentos e ajudar a criança a expressar suas necessidades de forma mais saudável.

Lembre-se: cada criança é única, e o acompanhamento especializado faz toda a diferença nessa jornada.

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Valdemir Alexandre

NEUROPSICÓLOGO - CRP 06/12.562.0

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