Você já ouviu falar da CID 11?
Ela é a 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças, um documento fundamental da Organização Mundial da Saúde (OMS) que traz atualizações importantes, incluindo algumas relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Se você quer entender o que mudou com a Cid 11, este é o lugar certo!
Vamos te explicar tudo de forma simples, como essa nova versão impacta os diagnósticos e o que mudou quando o assunto é autismo.
O Que é a Cid 11?
A Cid 11 é a versão mais recente da Classificação Internacional de Doenças, publicada pela OMS.
Ela é uma ferramenta usada mundialmente para classificar doenças e condições de saúde, permitindo que profissionais da área se comuniquem de forma padronizada.
É como uma linguagem comum que conecta médicos, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais, garantindo que eles falem “a mesma língua” ao diagnosticar e tratar seus pacientes.
A última revisão da CID foi feita em 2019, e trouxe várias mudanças importantes, especialmente no que se refere ao autismo, que passou a ser tratado de uma forma mais ampla e detalhada.
Leia nosso blog –→ CID F84.0: Transtornos do Espectro do Autismo.
O Que Mudou Com a Cid 11 no Diagnóstico de Autismo?
Antes da Cid 11, o autismo era dividido em várias categorias, como autismo infantil, Síndrome de Asperger, entre outros. Isso mudou. Agora, todos esses termos foram unificados sob o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A CID-11 trouxe uma classificação mais completa e detalhada do autismo, diferenciando os casos pelo nível de suporte necessário, presença de deficiência intelectual e questões de linguagem.
Isso quer dizer que o diagnóstico agora é mais personalizado e ajuda a descrever melhor as necessidades individuais de cada pessoa no espectro.
Classificações do TEA na Cid 11
Na Cid 11, o TEA é identificado com códigos específicos. Veja como ficou a nova classificação:
- 6A02.0 — Transtorno do espectro do autismo sem deficiência intelectual e com comprometimento leve ou ausente na linguagem funcional.
- 6A02.1 — Transtorno do espectro do autismo com deficiência intelectual e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional.
- 6A02.2 — Transtorno do espectro do autismo sem deficiência intelectual e com linguagem funcional prejudicada.
- 6A02.3 — Transtorno do espectro do autismo com deficiência intelectual e com linguagem funcional prejudicada.
- 6A02.4 — Transtorno do espectro do autismo sem deficiência intelectual e com ausência de linguagem funcional.
- 6A02.5 — Transtorno do espectro do autismo com deficiência intelectual e com ausência de linguagem funcional.
Essas classificações permitem um diagnóstico mais detalhado e auxiliam os profissionais a entender melhor quais as necessidades da pessoa autista, garantindo que ela receba o suporte necessário.
Abaixo temos uma tabela de diferenças entre DSM-V e o CID-11.
Critério | DSM-V | CID-11 |
---|---|---|
Responsável | Associação Americana de Psiquiatria (APA) | Organização Mundial da Saúde (OMS) |
Função | Classificar e descrever distúrbios mentais. | Classificar e descrever doenças, lesões e causas de mortalidade. |
Última Atualização | 2013 | 2019 |
E a Síndrome de Asperger?
Uma das mudanças mais comentadas é a exclusão da Síndrome de Asperger. Ela não existe mais como um diagnóstico separado.
As pessoas que antes eram diagnosticadas com Asperger agora fazem parte do TEA e são classificadas conforme o nível de suporte necessário.
Então, se você ou alguém que conhece foi diagnosticado com Síndrome de Asperger, saiba que o termo foi atualizado e agora faz parte do espectro autista, sendo tratado como um autismo de nível 1, que significa um autismo leve.
Mudança no Diagnóstico de Autismo Infantil
Outro ponto importante da Cid 11 é o fim do diagnóstico de autismo infantil. Antes, ele era identificado com o código F84.0.
Agora, a CID-11 não usa mais esse termo, e o diagnóstico é feito com base nas necessidades de suporte da criança, independentemente da idade.
Essas mudanças ajudam a criar uma visão mais completa do autismo, ao invés de limitar o diagnóstico a termos antigos.
O Que Isso Significa Para os Laudos e Diagnósticos?
Com a atualização da Cid 11, é importante que os laudos e diagnósticos de pessoas autistas estejam atualizados.
Isso não significa que o tratamento mudará, mas a documentação precisa seguir os novos padrões para que os serviços de saúde possam continuar oferecendo o suporte correto, incluindo reembolsos de planos de saúde e acessos a terapias.
Se você ou alguém da sua família tem um laudo de diagnóstico antigo, é uma boa ideia conversar com o profissional de saúde responsável para fazer essa atualização e garantir que tudo esteja conforme a nova classificação.
A Cid 11 trouxe uma nova forma de enxergar o autismo, com classificações mais detalhadas e uma unificação dos termos antigos. Isso ajuda tanto os profissionais de saúde quanto as famílias a entender melhor as necessidades das pessoas no espectro e a garantir que elas recebam o suporte adequado.
Se você quer aprender mais sobre o TEA e como as atualizações da Cid 11 podem impactar a vida de quem está no espectro, continue acompanhando nosso blog!