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Você Já Ouviu Falar da Sessão Azul?

Sessão Azul
Sessão Azul

Se você tem uma criança no espectro autista ou conhece alguém que vive essa realidade, sabe o quanto pode ser difícil encontrar espaços de lazer inclusivos.

Imagina só: você quer levar seu filho para assistir a um filme no cinema, mas aquele barulho alto, a escuridão total e os trailers longos deixam a experiência bem desconfortável.

É aí que entra a Sessão Azul — uma ideia que veio para transformar esse cenário.

Se ainda não ouviu falar, está perdendo a oportunidade de conhecer um projeto que torna o cinema um ambiente acolhedor para autistas e suas famílias.

O Que é a Sessão Azul?

A Sessão Azul é praticamente uma revolução no jeito de ir ao cinema. Sabe aquele momento em que tudo parece ser feito para encaixar perfeitamente?

Esse é o propósito do projeto. Criado especialmente para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o cinema se adapta completamente.

A iluminação fica suave, o som é controlado, e não há aquela pressão de “precisar se comportar”.

Se a criança quiser levantar, andar ou até fazer barulho, não tem problema!

As sessões são pensadas para serem livres e leves, proporcionando conforto a quem normalmente poderia não conseguir curtir um filme em um ambiente tradicional.

Como Funciona uma Sessão de Cinema Adaptada?

Vamos imaginar uma cena: você chega ao cinema e, antes mesmo de o filme começar, não tem aquele bombardeio de trailers comerciais.

A sala está iluminada, o som é tranquilo e a atmosfera já é outra. O que seria um pesadelo sensorial em uma sessão comum, na Sessão Azul vira um espaço acolhedor.

O legal é que aqui não há regras rígidas. As crianças podem se mover livremente, sem olhares estranhos ou julgamentos. Quer cantar junto com o filme? Pode! Quer sair e voltar? Também está tudo certo.

Por que Espaços Adaptados São Tão Importantes?

Não dá para negar: os cinemas são ambientes cheios de estímulos, e isso pode ser um grande desafio para quem está no espectro autista.

O som alto, a escuridão, o fluxo constante de pessoas… tudo isso pode ser estressante para quem é mais sensível a esses estímulos.

E foi pensando nisso que o Projeto de Lei 133/2019 entrou em cena. Esse projeto busca garantir que cinemas brasileiros ofereçam sessões adaptadas, assim como as da Sessão Azul, criando um ambiente onde todos possam curtir sem passar por desconfortos.

Mesmo antes de a lei ser aprovada, algumas redes já têm investido nessa ideia, porque, convenhamos, todo mundo merece um lazer tranquilo, né?

Um Toque Terapêutico no Cinema

O interessante é que a Sessão Azul não se limita apenas a proporcionar diversão.

Ela vai além. Para muitas famílias, esse momento no cinema é uma continuação do trabalho terapêutico.

Pense assim: na sala de terapia, a criança já está acostumada com uma certa rotina.

Quando ela vai ao cinema e encontra um ambiente mais real, mas ainda adaptado, ela consegue aplicar aquilo que aprendeu de uma forma diferente, o que fortalece seu desenvolvimento.

E o mais importante: é uma chance de lazer que também envolve aprendizado, tanto para as crianças quanto para os pais.

O Impacto no Desenvolvimento Social

Ir ao cinema na Sessão Azul é muito mais do que assistir a um filme.

É uma oportunidade de interagir com outras crianças, socializar e se sentir à vontade em um ambiente coletivo.

E isso tem um impacto enorme! Crianças autistas muitas vezes têm dificuldade com situações sociais, mas ao participar de uma sessão assim, o cenário muda.

Elas têm a chance de se relacionar de uma maneira leve, sem cobranças, e isso acaba ajudando no desenvolvimento de habilidades que vão muito além daquele momento no cinema.

Filmes Sobre Autismo no Brasil

Agora, falando em filmes, já reparou que a maioria das produções sobre autismo que vemos por aí são internacionais?

Pois é, mesmo com o aumento de séries e documentários sobre o tema, o olhar brasileiro ainda é raro nas telonas. Mas temos algumas boas iniciativas por aqui.

Por exemplo, o documentário “Em um Mundo Interior” mostra a diversidade do autismo no Brasil, acompanhando a vida de várias famílias e revelando as particularidades de cada uma.

Outro destaque é “Meu Amigo Lorenzo”, que fala sobre a amizade de um menino autista e seu terapeuta, mostrando como a música ajudou Lorenzo a se comunicar com o mundo ao seu redor.

São produções que trazem à tona a nossa realidade e ajudam a aumentar a compreensão sobre o TEA.

Leia nosso blog –→ Series Sobre Autismo que Você Precisa Conhecer.

Mais Inclusão no Lazer? Sim, Por Favor!

É muito bom ver que iniciativas como a Sessão Azul estão ganhando força. Afinal, é preciso garantir que todos tenham acesso ao lazer, e isso inclui crianças no espectro autista.

Ambientes adaptados são fundamentais para que elas se sintam incluídas, participem e aproveitem os momentos de diversão junto com a família.

E quanto mais espaços assim surgirem, melhor será para todos. Afinal, inclusão é isso: criar oportunidades reais para que cada pessoa possa viver e aproveitar o que a vida oferece.

A Sessão Azul é a prova de que, com algumas adaptações simples, o cinema pode se tornar um lugar especial para todos, inclusive para aqueles que, por muitos motivos, se sentiam de fora dessa experiência.

Que esse seja só o começo de um movimento muito maior, onde o lazer, a cultura e o entretenimento estejam ao alcance de todos.

E o melhor de tudo? Mais do que um projeto de cinema, a Sessão Azul abre espaço para conversarmos sobre inclusão de verdade. Porque todo mundo merece sentir que pertence.

Picture of Valdemir Alexandre

Valdemir Alexandre

NEUROPSICÓLOGO - CRP 06/12.562.0

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