Quando uma família começa a investigar ou descobre que alguém tem autismo, um dos pontos centrais do diagnóstico é entender o nível de suporte autismo que a pessoa vai precisar.
Hoje, a forma mais adequada de se referir é através dos níveis de suporte, conforme definido em manuais diagnósticos como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).
Entendendo os níveis de suporte no autismo
O diagnóstico de autismo é classificado em três níveis principais, que indicam a quantidade de suporte que a pessoa vai necessitar no seu dia a dia:
Nível 1
Neste nível, a pessoa precisa de pouco apoio e geralmente consegue se comunicar, mas pode ter dificuldades em iniciar ou manter conversas.
Comportamentos repetitivos ou inflexíveis podem dificultar a adaptação a mudanças, ou a realização de tarefas do cotidiano, mas com algum suporte, essas barreiras podem ser superadas.
Nível 2
Aqui, o apoio necessário é maior, e as dificuldades na comunicação e interação social são mais evidentes.
Pessoas nesse nível podem precisar de auxílio constante para interagir socialmente.
Comportamentos repetitivos e restritivos também são mais presentes, e a adaptação a mudanças se torna mais desafiadora. Nesses casos, a linguagem funcional pode estar prejudicada, exigindo uma atenção contínua.
Nível 3
Neste nível, a necessidade de suporte é intensa.
Pessoas com esse nível de suporte geralmente enfrentam dificuldades significativas na comunicação, podendo apresentar atrasos ou até a ausência da fala.
A linguagem funcional é bastante limitada ou inexistente, e o suporte para as atividades diárias é essencial.
Comportamentos repetitivos e a resistência a mudanças também são intensos, o que demanda um acompanhamento constante.
Quer entender mais sobre os níveis de autismo?
Confira o blog completo: Quais são os 3 níveis de autismo? E aprofunde seu conhecimento!
A importância de entender o nível de suporte autismo
Definir o nível de suporte autismo é crucial para facilitar a comunicação entre profissionais de diferentes áreas, como psicólogos, médicos e fonoaudiólogos, e guiar o tratamento de forma adequada.
Cada nível de suporte traz consigo um conjunto de estratégias e intervenções específicas, que visam melhorar a qualidade de vida da pessoa autista, respeitando suas particularidades e necessidades.
Por que a classificação por níveis de suporte autismo é questionada?
Entendemo com é determinado o nível de suporte autismo, mas ele é questionado?
Apesar de ser amplamente utilizada, a classificação por níveis de suporte autismo é vista por muitos como limitada.
Isso porque o autismo é um espectro, e dentro de cada nível, há uma grande variedade de habilidades e desafios.
Por exemplo, uma pessoa pode precisar de muito suporte para a comunicação, mas ser bastante independente em outras áreas. Essa rigidez na classificação não contempla todas as nuances do TEA.
Muitos especialistas e ativistas questionam essa forma de classificação, argumentando que ela pode levar a interpretações erradas, como a ideia de que uma pessoa no nível 1 é “mais funcional” do que uma no nível 3.
O autismo é complexo e fluido, e cada pessoa dentro do espectro tem um conjunto único de habilidades e necessidades.
O papel das famílias no processo de definição do nível de suporte autismo
Independentemente do nível de suporte autismo, é importante que as famílias vejam a pessoa com autismo pelo que ela pode alcançar e se tornar.
Investir em terapias baseadas em evidências científicas e participar ativamente no processo de desenvolvimento é essencial.
A estimulação contínua, tanto em ambientes terapêuticos quanto em casa, faz toda a diferença nos resultados.
É importante lembrar que o nível de suporte autismo não define a pessoa, mas sim as estratégias que podem ser adotadas para alcançar seu potencial máximo.
Cada pessoa com autismo é única, e o suporte deve ser ajustado para atender às suas necessidades individuais.