A síndrome de asperger agora é considerada parte do espectro autista.
No entanto, muitas pessoas com esse diagnóstico ainda se identificam como “Aspies”.
A diferença entre autismo e asperger pode ser sutil, mas entender essas distinções é crucial para fornecer o apoio adequado.
Antes de entendermos a diferença entre autismo e asperger, é importante conhecer mais sobre cada condição.
O que é a síndrome de asperger?
A síndrome de asperger foi descrita pela primeira vez pelo pediatra vienense Hans asperger na década de 1940.
Ele observou que algumas crianças apresentavam comportamentos semelhantes ao autismo, mas com níveis de inteligência e desenvolvimento da linguagem normais.
Quando o DSM-IV incluiu a síndrome de asperger, descreveu a condição como semelhante ao autismo, mas com uma exceção crucial: pessoas com asperger não apresentavam atrasos na comunicação e linguagem.
Assim, a diferença entre autismo e asperger começava a se delinear.
Os critérios do DSM-IV para a síndrome de asperger incluíam:
- Desenvolvimento da linguagem próximo ao neurotípico
- Inteligência média
- Diferenças notáveis na interação social
- Comportamentos repetitivos
- Abordagem focada em certos interesses ou atividades
A síndrome de asperger tende a ser vista como uma forma de autismo “de alto funcionamento”.
Isso geralmente significa que as habilidades de linguagem e desenvolvimento são consideradas “normais” pelos padrões neurotípicos.
Em 2013, com a publicação do DSM-5, a síndrome de asperger foi incorporada ao transtorno do espectro autista (TEA), refletindo uma mudança na diferença entre autismo e asperger.
Veja mais a fundo em nosso blog –→ Sintomas de síndrome de asperger e seus sinais
O que é o transtorno do espectro autista?
O transtorno do espectro autista (TEA) é a ideia de que o autismo é um espectro, ou uma gama, de padrões persistentes de comunicação e comportamento.
Compreender a diferença entre autismo e asperger envolve também entender o que é o TEA.
Em 2013, quatro diagnósticos diferentes foram combinados no TEA:
- Autismo
- Síndrome de asperger
- Transtorno desintegrativo da infância
- Transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação
Um diagnóstico de TEA significa que os comportamentos e habilidades de comunicação de uma pessoa se encaixam em certos padrões, e segundo o DSM-5, esses sinais devem aparecer até os 2 anos.
Os critérios para um diagnóstico de autismo incluem:
- Dificuldade em iniciar, participar ou manter uma conversa
- Diferenças na comunicação não verbal (como contato visual ou expressões faciais)
- Diferenças no processamento sensorial (podem reagir de forma diferente ao toque, som ou luz)
- Preferência por rotinas
- Interesse forte e focado em certos tópicos ou atividades
- Movimentos repetitivos (como piscar repetidamente ou bater os dedos)
- Dificuldade em ajustar-se ou entender contextos em relacionamentos, especialmente em contextos neurotípicos
Qual é a diferença entre autismo e asperger?
Uma das maiores diferenças entre a síndrome de asperger e o autismo é que a síndrome de asperger não é mais um diagnóstico autônomo atualizado.
Essa mudança no reconhecimento da diferença entre autismo e asperger tem gerado discussões.
Outra diferença significativa é que pessoas com síndrome de asperger são consideradas de “alto funcionamento”, o que significa que:
- Não têm atrasos na comunicação e linguagem
- Têm uma chance maior de não serem diagnosticadas na infância
- Podem precisar de menos suporte no dia a dia
- Podem achar mais fácil mascarar ou esconder certos padrões de comportamento
Enquanto crianças autistas podem receber seu diagnóstico nos primeiros dois anos de vida, algumas pesquisas sugerem que diagnósticos de asperger acontecem em média aos 11 anos.
Algumas pessoas autistas de “alto funcionamento” podem não ser diagnosticadas até a idade adulta, refletindo mais uma vez a diferença entre autismo e asperger.
Como lidar com asperger e TEA
Para desafios relacionados a um diagnóstico de autismo ou asperger, há maneiras de gerenciar esses desafios.
Para pais de uma criança autista, muitas abordagens, incluindo terapia social ou comportamental, podem ser úteis desde a infância até a vida adulta.
Para aqueles que se identificam como “Aspie”, há recursos que podem ajudar a sentir-se mais apoiado e conectado.
Organizações como a Associação Brasileira de Autismo (ABRA) oferecem suporte e informações valiosas.
Desde que a síndrome de asperger foi incorporada ao espectro autista, algumas pessoas expressaram preocupações de que essa mudança dificultaria o acesso a serviços e apoios específicos.
Algumas dessas preocupações incluem que uma pessoa com asperger:
- Pode não atender a todos os critérios diagnósticos para TEA
- Pode não receber todo o suporte necessário, sendo comparada a pessoas que precisam de níveis de apoio muito maiores
- Pode ser colocada em um programa de aprendizado que não atende às suas necessidades
No entanto, outros “Aspies” abraçaram a ideia de estar no espectro autista como parte de sua identidade, destacando a diferença entre autismo e asperger.
A síndrome de asperger foi um termo diagnóstico usado entre 1994 e 2013.
Pessoas com esse diagnóstico se comportavam de maneira semelhante às pessoas autistas, mas eram conhecidas por serem de “alto funcionamento”.
Segundo o DSM-5, pessoas com diagnóstico de asperger agora se encaixam no espectro autista e atendem aos critérios para um diagnóstico de TEA.
Pessoas autistas que se identificam com o diagnóstico de asperger podem precisar de menos suporte diário do que outras no espectro.
Alguns adultos podem ser autistas, mas não diagnosticados.
Embora possa ser mais difícil receber um diagnóstico de autismo na idade adulta, não é impossível um diagnóstico pode ajudar a encontrar suporte e compreensão.
Agora que sabemos a diferença entre autismo e asperger, é importante reconhecer que, embora a síndrome de asperger não seja mais usada como diagnóstico, algumas pessoas ainda a consideram parte de quem são.
Sejam autistas ou “Aspies” (ou ambos!), existem recursos para ajudar a sentir-se aceito e conectado.
Lembre-se: você não está só!